Você fala bem, sabe vender suas idéias e consegue prender a atenção das pessoas? Então tem as qualidades necessárias para ser um palestrante de sucesso, correto? Errado! O mercado de palestra atrai milhares de pessoas que veem a oportunidade de atrelar uma atividade prazerosa com excelentes rendimentos. Mas, será que é tão simples assim tornar-se um palestrante bem sucedido? Na verdade não.
Nesse mercado o sucesso não é definido simplesmente pelo talento de falar em público, mas exige uma série de competências pessoais para permitir que um palestrante atue profissionalmente e com resultados. Outra característica é que a elite dos palestrantes mais requisitados e com alta remuneração ainda é um pequeno grupo que nos últimos anos poucos novos talentos conseguiram fazer parte. Ainda assim existe um amplo mercado para palestrantes com bons cachês e que tem conseguido realizar dezenas de palestras por ano.
Mas, o que faz um palestrante tornar-se uma referencia no mercado? Palestrando há mais de dez anos e com mais de 600 eventos realizados posso afirmar que alguns fatores são fundamentais, dentre os quais destaco:
Excelente articulação de idéias e presença de palco
Busca incansável pela melhoria de performance pessoal
Dedicação na elaboração de artigos e livros
Ser altamente disciplinado e focado com seus objetivos
- Gostar de pessoas e colocar-se a disposição do seu público
O palestrante é um modelo para uma plateia e as empresas que o contratam querem ter a segurança de que estão oferecendo o melhor possível de um orçamento disponível. Por isso, possuir livros publicados, DVDs de qualidade, vídeos na internet e depoimentos de clientes auxiliarão muito um palestrante nas negociações com contratantes. Por esse motivo quanto mais um palestrante tem a agenda cheia tanto mais ele recebe solicitações de palestras sem poder atendê-las. Por exemplo, no ano passado em que realizei 103 palestras, pelo menos 30 outras deixei de atender por problemas de agenda e logística entre cidades.
Um palestrante requisitado se assemelha a um artista em muitos sentidos, tais como o número de viagens que realiza, a admiração do seu público, a missão pessoal que ele tem em relação ao seu trabalho, o tempo que passa longe de casa e dos familiares e muitos outros. A palestra em si representa uma parcela muito pequena do tempo total dele, afinal ele passa a maior parte do seu tempo viajando e em hotéis do que propriamente palestrando. Não importa se a palestra durou 90, 60 ou 30 minutos, o que importa é que aqueles minutos devem ser surpreendentes para o público.
O sucesso nessa profissão é diretamente proporcional ao empenho pessoal e disciplina. A “lição de casa” de um palestrante inclui pesquisar muito, publicar artigos, alimentar seu público alvo com informação, negociar e vender-se a si mesmo em todos os momentos, aprimorar seu próprio conteúdo e roteiro e possuir uma surpreendente automotivação. Sinceramente acho pouco provável que um palestrante desmotivado e indisciplinado consiga ser bem sucedido, portanto é fundamental fazer “a lição de casa”.
Grande parte dos novos palestrantes buscam a possibilidade de serem agenciados ou empresariados com objetivo de aumentar a sua proporção de vendas, mas a realidade é que poucos terão essa possibilidade inicial. Ao invés de esperar por uma oportunidade, o melhor é trabalhar muito em prol do seu próprio nome e quando ela surgir será por consequência do próprio trabalho e reconhecimento de mercado.
Atualmente o Brasil está repleto de talentos no mercado de palestras e as empresas, entidades e promotores estão ansiosos para contratar, por isso há muito campo para profissionais interessados em compartilhar seus conhecimentos, realizações e sua própria história pessoal. No entanto, antes de investir na carreira de palestrante você deverá responder a uma pergunta fundamental: O mercado de palestra é para você?
* Anderson Hernandes é escritor e palestrante, formado em contabilidade, marketing e MBA em Gestão de Negócios. Autor de sete livros e vários DVD de treinamentos.
