Você é um profissional proativo?

matéria escrita por Julio Caldeira para CanalRH

Com a evolução do mercado de trabalho rumo a um contexto que exige tanto conhecimento técnico quanto habilidades que não são ensinadas na universidade – como espírito de liderança, “antena” para as tendências e disposição para aprender ad eternum – novos diferenciais vêm exigindo espaço na bagagem de um bom profissional. Nível superior e domínio de uma língua estrangeira já são esperados e não impressionam mais. Hoje, qualquer um que almeje destaque em sua área deve munir-se de novas armas, como criatividade, senso de inovação e empreendedorismo. Entre as palavras de ordem, outra expressão da moda e a proatividade. O especialista em marketing profissional Anderson Hernandes, autor, entre outros livros, de O Perfil do Profissional de Sucesso do Mundo Moderno (Editora Hernandes Edições, 2004) afirma que, do enorme contingente de pessoas no mercado hoje, a “grande maioria” está em um grau mediano quando o assunto é proatividade.

Mas o que, afinal, vem a ser um profissional proativo? Hernandes começa a lista de características desse perfil pela capacidade de observação. Ou seja, fechar-se em seu hall de conhecimento – por mais que você seja bom no que faz – não é recomendável se você deseja galgar degraus na empresa. A ideia é aprofundar-se, sim, em suas técnicas, mas nunca fecha-ser para o novo. “Os proativos tendem a perceber mais as coisas que acontecem ao seu redor”, resume o especialista. Outro valor importante é a autoconfiança. Mas nada de cabeça erguida e tropeçar no primeiro obstáculo. O conceito aqui é o da segurança. Sentir-se confiante para apresentar ideias e soluções novas e para se fazer notar – num sentido positivo, claro. “A dica é ter coragem”, coloca Hernandez.

Uma terceira característica obrigatória na bagagem dos proativos é estar sempre preparado para as adversidades. “É alguém que sempre tem um plano B ou até mesmo um plano C”, ensina o especialista. “Isso, claro, quando ele já não se adianta ao problema, porque são pessoas que sempre se perguntam: ‘E se…’” Quer um exemplo? Não se esqueça de levar um pen drive, ou até mesmo dois, com o conteúdo daquela apresentação importante. Vai que seu insensível notebook resolve “dar pau” na frente do chefe. Hernandez sintetiza: “um profissional proativo é aquele que faz as coisas acontecerem”. E isso, como dito antes, não se restringe só ao aspecto técnico.

 

Desperte a proatividade

Se você acha que não se encaixa no perfil acima, não há o que temer. Proatividade também se aprende. Um dos caminhos é aumentar o interesse pelos negócios da empresa, até mesmo pelos processos daquelas áreas em que você não atua. Muna-se de discernimento para não extrapolar e demonstre curiosidade “Dessa forma, você compreende melhor as necessidades e desafios da companhia. E se prepara para tomar decisões que tenham impactos positivos”, recomenda a diretora de Recursos Humanos da Kimberly-Clark, Maria Lucia Ginde.

Ela aponta a proatividade como uma “chave para o sucesso” no atual mercado de trabalho. Daí a importância de desenvolver competências multifuncionais, como faz o programa Caçadores de Oportunidades, da Kimberly-Clark – um conjunto de ações voltadas para o desenvolvimento dessa competência entre os funcionários. A ação inclui, entre outras iniciativas, a criação de grupos de trabalhos formados por profissionais com diferentes experiências, e o processo se baseia no reconhecimento e valorização das boas soluções encontradas pelos colaboradores. “As ideias devem ser no sentido de reduzir custos, evitar ou postergar despesas, gerar valor para o capital de giro da companhia”, esclarece Maria Lucia, que acrescenta ainda a segurança dos funcionários no ambiente de trabalho e a melhoria da qualidade da produção entre os quesitos avaliados. No atual ciclo do projeto, foram sugeridas 596 ideias, das quais 152 foram aproveitadas.

 

Avançar ou recuar?

O programa da Kimberly-Clark prevê e incentiva que projetos sejam desenvolvidos pelos funcionários e apresentados à empresa. No entanto, é preciso estar atento à cultura da organização antes de dar passos como esse. A proatividade é um “remédio” que na dose errada pode causar um efeito contrário ao esperado. “Eu não acho que um profissional deva, logo de cara, apresentar um projeto fechado para o seu chefe, por exemplo, sem conhecer a cultura da empresa no que diz respeito a aspectos como a inovação”, afirma Anderson Hernandes.

 

Ele acrescenta que o mais recomendável é começar com pequenos atos inteligentes. Coisas simples, mas que mostrem caminhos interessantes para os problemas do dia a dia – e que, no balanço anual ou semestral, apareçam como responsáveis por parte dos bons retornos. “Há empresas que se assustam com a proatividade”, alerta o especialista. “Possivelmente porque ela própria não é proativa no mercado. Por isso é importante agir na medida em que você tem aval para isso.” A gerente de RH Maria Lucia Ginde finaliza dizendo que avançar e recuar são movimentos que fazem parte da estratégia também no mundo corporativo. “São duas características complementares e que conduzem ao sucesso.”

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